Muitos dos gases que conhecemos no dia a dia, e nos laboratórios de química, são misturas. A atmosfera, por exemplo, é uma mistura de nitrogênio, oxigênio, argônio, dióxido de carbono e muitos outros gases (Tab. 2C.2.1). Muitos anestésicos gasosos são misturas cuidadosamente controladas. A descrição de um gás ideal precisa ser estendida para as misturas de gases.

Tabela 2C.2.1
Composição do ar seco ao nível do mar
ConstituintexJx_{\ce{J}}PJ/atmP_{\ce{J}}/\pu{atm}
NX2\ce{N2}78%\pu{78}\%0,78\pu{0,78}
OX2\ce{O2}21%\pu{21}\%0,21\pu{0,21}
Ar\ce{Ar}1%\pu{1}\%0,01\pu{0,01}

A pressão parcial

Em pressões baixas, todos os gases respondem da mesma maneira a mudanças de pressão, volume e temperatura. Por isso, nos cálculos comuns sobre as propriedades físicas dos gases, não é essencial que todas as moléculas de uma amostra sejam iguais:

  • Uma mistura de gases que não reagem entre si comporta-se como um único gás puro.

John Dalton foi o primeiro a mostrar como calcular a pressão de uma mistura de gases. Para entender seu raciocínio, imagine determinada quantidade de oxigênio em um recipiente na pressão de 0,6 atm\pu{0,6 atm}. O oxigênio é, então, evacuado. Depois disso, uma quantidade de gás nitrogênio suficiente para chegar à pressão de 0,4 atm\pu{0,4 atm} é introduzida no recipiente, na mesma temperatura. Dalton queria saber qual seria a pressão total se as mesmas quantidades dos dois gases estivessem simultaneamente no recipiente. Ele fez algumas medidas pouco precisas e concluiu que a pressão total exercida pelos dois gases no mesmo recipiente era 1,0 atm\pu{1,0 atm}, a soma das pressões individuais.

Dalton descreveu suas observações em termos do que chamou de pressão parcial de cada gás, isto é, a pressão que o gás exerceria se somente ele ocupasse o recipiente. Em nosso exemplo, as pressões parciais de oxigênio e nitrogênio na mistura são 0,6 atm\pu{0,6 atm} e 0,4 atm\pu{0,4 atm}, respectivamente, porque essas são as pressões que os gases exercem quando cada um está sozinho no recipiente. Dalton resumiu suas observações na lei das pressões parciais: A pressão total de uma mistura de gases é a soma das pressões parciais de seus componentes.

Se escrevemos as pressões parciais dos gases A,B,\ce{A}, \ce{B}, \ldots como PA,PB,P_{\ce{A}}, P_{\ce{B}}, \ldots e a pressão total da mistura como PP, então a lei de Dalton pode ser escrita como: P=PA+PB+ P = P_{\ce{A}} + P_{\ce{B}} + \ldots A lei das pressões parciais só é exata para gases de comportamento ideal, mas é uma boa aproximação para quase todos os gases em condições normais.

A pressão total de um gás é o resultado do choque das moléculas contra as paredes do recipiente. Os choques ocorrem com todas as moléculas da mistura. As moléculas do gás A\ce{A} colidem com as paredes, assim como as do gás B\ce{B}. Mas se essas colisões são independentes umas das outras, então a pressão resultante final é a soma das pressões individuais, como diz a lei de Dalton.

As pressões parciais servem para descrever a composição de um gás úmido. Por exemplo, a pressão parcial do ar úmido em seus pulmões é: P=Par seco+PHX2O P = P_\text{ar seco} + P_{\ce{H2O}} Em um recipiente fechado, que é uma boa aproximação para um pulmão, a água se vaporiza até que sua pressão parcial alcance certo valor, chamado de pressão de vapor. A pressão parcial da água na temperatura normal do corpo é 47 Torr\pu{47 Torr}. Portanto, a pressão parcial do ar em seus pulmões é: Par seco=PPHX2O=P47 Torr P_\text{ar seco} = P - P_{\ce{H2O}} = P - \pu{47 Torr} Em um dia típico, a pressão total ao nível do mar é 760 Torr\pu{760 Torr}. Logo, a pressão nos seus pulmões devida a todos os gases, exceto o vapor de água, é 760 Torr47 Torr=713 Torr\pu{760 Torr} - \pu{47 Torr} = \pu{713 Torr}.

Exemplo 2C.2.1
Cálculo da pressão de gás coletado sobre água

O gás óxido nitroso, NX2O\ce{N2O}, gerado na decomposição térmica do nitrato de amônio, foi coletado sobre água. NHX4NOX3(g)NX2O(g)+2HX2O(l) \ce{ NH4NO3(g) -> N2O(g) + 2 H2O(l) } O gás úmido ocupou 126 mL\pu{126 mL} em 21 °C\pu{21 \degree C}, quando a pressão era 755 Torr\pu{755 Torr}.

A pressão de vapor da água é 19 Torr\pu{19 Torr} em 21 °C\pu{21 \degree C}.

  1. Calcule a pressão parcial do NX2O\ce{N2O} coletado.
  2. Calcule o volume que a mesma quantidade de NX2O\ce{N2O} seco ocuparia se fosse coletado sob 755 Torr\pu{755 Torr} e 21 °C\pu{21 \degree C}.
Etapa 2. Calcule a pressão parcial do NX2O\ce{N2O}.

De P=PNX2O+PHX2OP = P_{\ce{N2O}} + P_{\ce{H2O}} PNX2O=755 Torr19 Torr=736 Torr P_{\ce{N2O}} = \pu{755 Torr} - \pu{19 Torr} = \fancyboxed{ \pu{736 Torr} }

Etapa 3. Use a lei dos gases ideais.

A mesma quantidade de gás seco é coletada sob a mesma temperatura.

De PV=nRTPV = nRT, para os mesmos TT e nn PuˊmidoVuˊmido=PsecoVseco P_\text{úmido} V_\text{úmido} = P_\text{seco} V_\text{seco} logo, Vseco=(736 Torr)×(126 mL)(755 Torr)=123 mL V_\text{seco} = \dfrac{ (\pu{736 Torr}) \times (\pu{126 mL}) }{ (\pu{755 Torr}) } = \fancyboxed{ \pu{123 mL} }

Ponto para pensar

O ar úmido é mais denso ou menos denso do que o ar seco nas mesmas condições?

Um modo útil de expressar a relação entre a pressão total de uma mistura e as pressões parciais de seus componentes é usar a fração molar, xx, de cada componente A,B,\ce{A}, \ce{B}, \ldots, isto é, a fração do número total de mols de moléculas da amostra. Se a quantidade total de moléculas de gás presentes é nn e a quantidade de moléculas de cada gás A\ce{A}, B\ce{B}, etc. presente é nAn_{\ce{A}}, nAn_{\ce{A}}, e assim sucessivamente, a fração molar é: xA=nAn=nAnA+nB+ x_{\ce{A}} = \dfrac{ n_{\ce{A}} }{ n } = \dfrac{ n_{\ce{A}} }{ n_{\ce{A}} + n_{\ce{B}} + \ldots } O mesmo acontece com as frações molares dos demais componentes. Em uma mistura binária dos gases A\ce{A} e B,\ce{B}, xA+xB=nAnA+nB+nBnA+nB=nA+nBnA+nB=1 x_{\ce{A}} + x_{\ce{B}} = \dfrac{ n_{\ce{A}} }{ n_{\ce{A}} + n_{\ce{B}} } + \dfrac{ n_{\ce{B}} }{ n_{\ce{A}} + n_{\ce{B}} } = \dfrac{ n_{\ce{A}} + n_{\ce{B}} }{ n_{\ce{A}} + n_{\ce{B}} } = 1 Quando xA=1x_{\ce{A}} = 1, a mistura é de A\ce{A} puro e, quando xB=1x_{\ce{B}} = 1, de B\ce{B} puro. Quando xA=xB=0,5x_{\ce{A}} = x_{\ce{B}} = \pu{0,5}, metade das moléculas é do gás A\ce{A} e metade do gás A\ce{A}. Estas definições e a lei dos gases ideais podem ser usadas para expressar a pressão parcial de um gás em termos de sua fração molar em uma mistura.

Demonstração 2C.2.1
Relação entre pressão parcial e fração molar

Para expressar a relação entre a pressão parcial de um gás A\ce{A} em uma mistura e sua fração molar, utilize a lei dos gases ideais para expressar a pressão parcial, PAP_{\ce{A}}, do gás em termos da quantidade de moléculas de A\ce{A} presentes, nAn_{\ce{A}}, do volume, VV, ocupado pela mistura e da temperatura, TT: PA=nARTV P_{\ce{A}} = \dfrac{ n_{\ce{A}} RT }{ V } Como nA=nxAn_{\ce{A}} = n x_{\ce{A}} (em que nn é a quantidade total de todos os gases) e P=nRT/VP = nRT/V, PA=nARTV=xAnRTV=xAP P_{\ce{A}} = \dfrac{ n_{\ce{A}} RT }{ V } = x_{\ce{A}} \dfrac{ nRT }{ V } = x_{\ce{A}} P

O resultado é PA=xAP P_{\ce{A}} = x_{\ce{A}} P em que PP é a pressão total e xAx_{\ce{A}} é a fração molar de A\ce{A} na mistura.

Um fator importante mas sutil é que, enquanto Dalton definiu pressão parcial como a pressão que um gás exerceria sozinho no interior de um recipiente, a abordagem moderna consiste em usar a equação PA=xAPP_{\ce{A}} = x_{\ce{A}} P como definição da pressão parcial de gases ideais e reais. Por exemplo, para uma mistura binária de qualquer gás, PA+PB=xAP+xBP=P P_{\ce{A}} + P_{\ce{B}} = x_{\ce{A}} P + x_{\ce{B}} P = P

Exemplo 2C.2.2
Cálculo da pressão parcial

Uma amostra de 1 g\pu{1 g} de ar seco compõe-se quase completamente de 0,78 g\pu{0,78 g} de nitrogênio e 0,22 g\pu{0,22 g} de oxigênio. A pressão total é 5 atm\pu{5 atm}

Calcule as pressões parciais de nitrogênio e oxigênio.

Etapa 2. Converta as massas em quantidade usando a massa molar.

De n=m/Mn = m/M nNX2=0,78 g28 gmol1=28 mmolnOX2=0,22 g32 gmol1=7 mmol \begin{aligned} n_{\ce{N2}} &= \dfrac{ \pu{0,78 g} }{ \pu{28 g.mol-1} } = \pu{28 mmol} \\ n_{\ce{O2}} &= \dfrac{ \pu{0,22 g} }{ \pu{32 g.mol-1} } = \pu{7 mmol} \end{aligned}

Etapa 3. Calcule a quantidade total de moléculas de gás.

De n=nNX2+nOX2n = n_{\ce{N2}} + n_{\ce{O2}} n=28 mmol+7 mmol=35 mmol \begin{aligned} n = \pu{28 mmol} + \pu{7 mmol} = \pu{35 mmol} \end{aligned}

Etapa 4. Calcule as frações molares

De xA=nA/nx_{\ce{A}} = n_{\ce{A}}/n nNX2=28 mmol35 mmol=0,8nOX2=7 mmol35 mmol=0,2 \begin{aligned} n_{\ce{N2}} &= \dfrac{ \pu{28 mmol} }{ \pu{35 mmol} } = \pu{0,8} \\ n_{\ce{O2}} &= \dfrac{ \pu{7 mmol} }{ \pu{35 mmol} } = \pu{0,2} \end{aligned}

Etapa 5. Calcule a pressão parcial usando a pressão total e a fração molar.

PA=xAPP_{\ce{A}} = x_{\ce{A}} P PNX2=0,8×5 atm=4 atmPOX2=0,2×5 atm=1 atm \begin{aligned} P_{\ce{N2}} &= \pu{0,8} \times \pu{5 atm} = \fancyboxed{ \pu{4 atm} }\\ P_{\ce{O2}} &= \pu{0,2} \times \pu{5 atm} = \fancyboxed{ \pu{1 atm} } \end{aligned}

A pressão parcial de um gás é a pressão que ele exerceria se ocupasse sozinho o recipiente. A pressão total de uma mistura de gases é a soma das pressões parciais de seus componentes. A pressão parcial de um gás está relacionada à pressão total pela fração molar: PA=xAPP_{\ce{A}} = x_{\ce{A}} P.

As reações de gases

Muitas reações químicas têm gases como reagentes ou produtos. Conhecer a lei dos gases ideais permite acompanhar as quantidades de gás produzidas ou consumidas ao monitorar sua temperatura, sua pressão e seu volume. Esses cálculos podem ser usados independentemente de o gás ser um componente de uma mistura gasosa ou o único gás no recipiente.

A estequiometria dos gases em reações

Suponha que você precise conhecer o volume de dióxido de carbono produzido quando um combustível queima ou o volume de oxigênio necessário para reagir com uma determinada massa de hemoglobina nos glóbulos vermelhos do sangue. Para responder a esse tipo de pergunta, você pode combinar os cálculos de mol a mol com a conversão de mols de moléculas de gás ao volume que elas ocupam.

Exemplo 2C.2.3
Cálculo do volume de gás que pode ser obtido de uma dada massa de reagente

O superóxido de potássio, KOX2\ce{KO2}, pode ser usado como purificador de ar, porque esse composto reage com o dióxido de carbono e libera oxigênio 4KOX2(s)+2COX2(g)2KX2COX3(s)+3OX2(g) \ce{ 4 KO2(s) + 2 CO2(g) -> 2 K2CO3(s) + 3 O2(g) }

Calcule a massa de KOX2\ce{KO2} necessária para a obtenção de 168 L\pu{168 L} de oxigênio em CNTP.

Etapa 2. Converta o volume de oxigênio em quantidade utilizando o volume molar.

O volume molar em CNTP é 22,4 Lmol1\pu{22,4 L.mol-1} nOX2=168 L22,4 Lmol=7,5 mol n_{\ce{O2}} = \dfrac{ \pu{168 L} }{ \pu{22,4 L//mol} } = \pu{7,5 mol}

Etapa 3. Use a relação estequiométrica para converter a quantidade de OX2\ce{O2} na quantidade de KOX2\ce{KO2}.

nKOX2=7,5 mol×43=10 mol n_{\ce{KO2}} = \pu{7,5 mol} \times \dfrac{4}{3} = \pu{10 mol}

Etapa 4. Converta a quantidade de KOX2\ce{KO2} em massa utilizando sua massa molar.

De m=nMm = nM mKOX2=10 mol×71 gmol=710 g m_{\ce{KO2}} = \pu{10 mol} \times \pu{71 g//mol} = \fancyboxed{ \pu{710 g} }

Quando líquidos ou sólidos reagem para formar um gás, o volume pode aumentar de forma considerável. Os volumes molares dos gases estão próximos de 25 Lmol1\pu{25 L.mol-1} nas condições ambiente, ao passo que os líquidos e os sólidos só ocupam algumas dezenas de mililitros por mol. O volume molar da água líquida, por exemplo, é somente 18 mLmol1\pu{18 mL.mol-1} a 25 °C\pu{25 \degree C}. Em outras palavras, 1 mol\pu{1 mol} de moléculas de gás em 25 °C\pu{25 \degree C} e 1 atm ocupa um volume aproximadamente mil vezes maior do que 1 mol\pu{1 mol} de moléculas de um líquido ou sólido típico.

O aumento do volume durante a formação de produtos gasosos em uma reação química é ainda maior se várias moléculas de gás são produzidas por molécula de reagente, como no caso da formação de CO\ce{CO} e COX2\ce{CO2} a partir de um combustível sólido. A azida de chumbo(II), Pb(NX3)X2\ce{Pb(N3)2}, um detonador para explosivos, libera um volume grande de gás nitrogênio quando sofre um golpe mecânico, produzindo a reação: Pb(NX3)X2(s)Pb(s)+3NX2(g) \ce{ Pb(N3)2(s) -> Pb(s) + 3 N2(g) } Uma explosão do mesmo tipo, com azida de sódio, NaNX3\ce{NaN3}, é usada nos airbags de automóveis. A liberação explosiva de nitrogênio é detonada eletricamente quando o veículo desacelera abruptamente durante uma colisão.

O volume molar (na temperatura e pressão especificadas) é usado para converter a quantidade de um reagente ou produto de uma reação química em um volume de gás.

As predições volume a volume

Como o volume é proporcional à quantidade, os cálculos estequiométricos podem ser feitos diretamente com o volume quando os reagentes e produtos estão nas mesmas condições de temperatura e pressão.

Exemplo 2C.2.4
Cálculo do volume de reagente necessário para gerar um dado volume total de produtos

Um volume de oxigênio e um volume de ácido sulfídrico, ambos nas mesmas condições de temperatura e pressão e totalizando 22 L\pu{22 L}, são misturados. Ocorre a reação: 2HX2S(g)+3OX2(g)2SOX2(g)+2HX2O(l) \ce{ 2 H2S(g) + 3 O2(g) -> 2 SO2(g) + 2 H2O(l) } Após a reação completa, os produtos da reação, quando nas condições iniciais de pressão e temperatura, ocupam um volume de 10 L\pu{10 L}.

Calcule volume inicial de ácido sulfídrico.

Etapa 2. Elabore uma tabela de reação.
HX2S\ce{H2S}OX2\ce{O2}SOX2\ce{SO2}
inícioVV22V\pu{22} - V00
reaçãoV-V32V-\frac{3}{2}V+V+V
final002252V\pu{22} - \frac{5}{2}VVV
Etapa 3. Insira os valores da tabela na expressão do volume total.

De Vtotal=VHX2S+VOX2+VSOX2V_\mathrm{total} = V_{\ce{H2S}} + V_{\ce{O2}} + V_{\ce{SO2}} Vtotal=(22 L52V)+V=22 L32V V_\mathrm{total} = \left(\pu{22 L} - \dfrac{5}{2}V\right) + V = \pu{22 L} - \dfrac{3}{2}V

Etapa 4. Calcule o volume inicial de ácido sulfídrico igualando o volume total a 10 L\pu{10 L}.

De Vtotal=22 L32V=10 LV_\mathrm{total} = \pu{22 L} - \frac{3}{2}V = \pu{10 L} V=8 L V = \fancyboxed{ \pu{8 L} }

Em um cálculo volume a volume, elabore uma tabela de reação dos volumes, aplicando relação estequiométrica para obter a quantidade desejada.

As predições pressão a pressão

Assim como nas predições volume a volume, como a pressão também é proporcional à quantidade, os cálculos estequiométricos podem ser feitos diretamente com a pressão quando os reagentes e produtos estão no mesmo volume e na mesma temperatura.

Exemplo 2C.2.5
Cálculo da pressão total de produtos obtida de uma dada pressão de reagente

O dióxido de nitrogênio, NOX2\ce{NO2}, sofre decomposição quando aquecido, formando óxido nítrico, NO\ce{NO}, e oxigênio: 2NOX2(g)2NO(g)+OX2(g) \ce{ 2 NO2(g) -> 2 NO(g) + O2(g) } Um cilindro contendo 5 atm\pu{5 atm} de NOX2\ce{NO2} e 1 atm\pu{1 atm} de argônio, um gás inerte, é aquecido e parte do NOX2\ce{NO2} se decompõe. A pressão final no cilindro é 8 atm\pu{8 atm}.

Calcule a fração de dióxido de nitrogênio que reagiu.

Etapa 2. Elabore uma tabela de reação.
NOX2\ce{NO2}NO\ce{NO}OX2\ce{O2}
início5\pu{5}0000
reaçãoP-P+P+P+12P+\frac{1}{2}P
final5P\pu{5} - PPP12P\frac{1}{2}P
Etapa 3. Insira os valores da tabela e do gás inerte na expressão da pressão total.

De Ptotal=PNOX2+PNO+POX2+PArP_\mathrm{total} = P_{\ce{NO2}} + P_{\ce{NO}} + P_{\ce{O2}} + P_{\ce{Ar}} Ptotal=(5 atmP)+P+12P+1 atm=6 atm+12P P_\mathrm{total} = (\pu{5 atm} - P) + P + \frac{1}{2}P + \pu{1 atm} = \pu{6 atm} + \frac{1}{2}P

Etapa 4. Calcule a pressão de NOX2\ce{NO2} que reagiu, PP, igualando a pressão total a 8 atm\pu{8 atm}.

De Ptotal=6 atm+12P=8 atmP_\mathrm{total} = \pu{6 atm} + \frac{1}{2}P = \pu{8 atm} P=4 atm P = \fancyboxed{ \pu{4 atm} }

Etapa 5. Divida a pressão de NOX2\ce{NO2} que reagiu, PP, pela pressão inicial de NOX2\ce{NO2}, 5 atm\pu{5 atm}, para calcular a fração de dióxido de nitrogênio que reagiu.

De f=P/PNOX2,inicialf = P/P_{\ce{NO2}, \text{inicial}} f=1 atm5 atm=80% f = \frac{ \pu{1 atm} }{ \pu{5 atm} } = \fancyboxed{ \pu{80}\% }

Atenção

Nos cálculos de pressão a pressão, é importante lembrar de considerar a contribuição de gases inertes à reação na pressão total.

Em um cálculo pressão a pressão, elabore uma tabela de reação das pressões, aplicando relação estequiométrica para obter a quantidade desejada.