Em uma reação rápida os produtos são formados quase instantaneamente, como acontece em uma reação de neutralização ou em uma explosão. Em uma reação lenta os produtos levam um tempo longo para se formar, como acontece na corrosão ou na decomposição de materiais orgânicos. Nos dois casos, é importante ser capaz de expressar e medir a velocidade de uma reação quantitativamente e detectar os padrões segundo os quais ela depende das condições. Uma vez definidos, esses parâmetros podem ser usados para descobrir detalhes sobre como as reações ocorrem em nível atômico e como seus rendimentos podem ser modificados.

A velocidade de reação e a concentração

A velocidade é definida como a mudança do valor de uma propriedade dividida pelo tempo que ela leva para ocorrer. Por exemplo, a velocidade de um automóvel, isto é, a velocidade da mudança de posição, é definida como a distância percorrida dividida pelo tempo gasto. A velocidade média em determinado estágio do percurso é obtida dividindo-se o percurso percorrido em um intervalo de tempo pela duração deste intervalo. A velocidade instantânea é obtida lendo-se o velocímetro em determinado ponto do percurso.

Na química, as velocidades são expressas de modo semelhante. A velocidade de reação, é definida como a variação da concentração de um dos reagentes ou produtos em determinado ponto da reação dividida pelo tempo que a mudança leva para ocorrer. Como a velocidade pode mudar com o tempo, a velocidade média da reação em um determinado intervalo é definida como a variação da concentração molar de um reagente R\ce{R}, Δ[R]\Delta[\ce{R}], dividida pelo intervalo de tempo Δt\Delta t: vm,R=Δ[R]Δt(1a) v_{\mathrm{m}, \ce{R}} = - \dfrac{ \Delta[\ce{R}] }{ \Delta t } \tag{1a} Como os reagentes são consumidos em uma reação, a concentração molar de R\ce{R} decresce com o tempo e Δ[R]\Delta[\ce{R}] é negativo. O sinal negativo da Equação 1a torna a velocidade positiva, que é a convenção normal da cinética química. Porém, se a concentração de um produto P\ce{P} é monitorada, a velocidade média é expressa como vm,P=Δ[P]Δt(1b) v_{\mathrm{m}, \ce{P}} = \dfrac{ \Delta[\ce{P}] }{ \Delta t } \tag{1b} Nesta expressão, Δ[P]\Delta[\ce{P}] é a variação da concentração molar de P\ce{P} no intervalo Δt\Delta t: uma quantidade positiva, porque o produto se acumula com o tempo.

Note que, quando registrar velocidades de reação, você precisará ter cuidado e especificar a que espécie tal velocidade se refere, porque as espécies são produzidas ou consumidas em velocidades relacionadas à estequiometria da reação. Por exemplo, na reação de formação do HI\ce{HI}, duas moléculas de HI\ce{HI} são produzidas a partir de uma molécula de HX2\ce{H2} e, por isso, a velocidade de consumo do HX2\ce{H2} é metade da velocidade de formação do HI\ce{HI}; portanto, Δ[HX2]Δt=12Δ[HI]Δt \dfrac{ \Delta [\ce{H2}] }{ \Delta t } = -\dfrac{1}{2} \dfrac{ \Delta [\ce{HI}] }{ \Delta t } Para evitar as ambiguidades associadas com as várias maneiras de registrar uma velocidade de reação, a velocidade média única de uma reação pode ser expressa sem especificar a espécie. A velocidade média única da reação aA+bBcD+dD\ce{ a A + b B -> c D + d D } é qualquer uma das quatro quantidades iguais seguintes: vm=1aΔ[A]Δt=1bΔ[B]Δt=1cΔ[C]Δt=1dΔ[D]Δt v_\mathrm{m} = - \dfrac{1}{a} \dfrac{ \Delta [\ce{A}] }{ \Delta t } = - \dfrac{1}{b} \dfrac{ \Delta [\ce{B}] }{ \Delta t } = \dfrac{1}{c} \dfrac{ \Delta [\ce{C}] }{ \Delta t } = \dfrac{1}{d} \dfrac{ \Delta [\ce{D}] }{ \Delta t }

Exemplo 2H.1.1
Cálculo da velocidade média de uma reação

A velocidade média de formação de amônia segundo a reação

NX2(g)+3HX2(g)2NHX3(g) \ce{ N2(g) + 3 H2(g) -> 2 NH3(g) }

No intervalo de 100 s\pu{100 s}, a concentração de HI\ce{HI} aumentou de 3,5 M\pu{3,5 M} para 4,0 M\pu{4,0 M}.

  1. Calcule velocidade média de formação de NHX3\ce{NH3}.
  2. Calcule velocidade média de consumo de HX2\ce{H2}.
Etapa 2. Calcule a velocidade média de formação de NHX3\ce{NH3}.

De vm,NHX3=Δ[NHX3]/Δtv_{\mathrm{m}, \ce{NH3}} = \Delta [\ce{NH3}]/ \Delta t, vm,NHX3=(4,03,5)mM100 s=4 mMs1(a) v_{\mathrm{m}, \ce{NH3}} = \dfrac{ (\pu{4,0} - \pu{3,5})\,\pu{mM} }{ \pu{100 s} } = \fancyboxed{ \pu{4 mM.s-1} } \tag{a}

Etapa 3. Calcule a velocidade média de consumo de HX2\ce{H2}.

vm,HX2=2 mMs1×32=6 mMs1(b) v_{\mathrm{m}, \ce{H2}} = \pu{2 mM.s-1} \times \dfrac{3}{2} = \fancyboxed{ \pu{6 mM.s-1} } \tag{b}

Ponto para pensar

Como a velocidade única de uma reação muda se os coeficientes da equação química forem dobrados?

A velocidade média de uma reação é a variação da concentração de uma espécie dividida pelo tempo.

A velocidade instantânea de reação

Assim como ocorre com a velocidade de um carro, em muitos casos é importante conhecer a velocidade instantânea de reação, não a média ao longo de determinado intervalo. A maior parte das reações desacelera à medida que os reagentes são consumidos. Para determinar a velocidade da reação em um determinado instante no decurso de uma reação, duas medidas de concentração muito próximas no tempo são necessárias. Quando dois pontos na curva são aproximados sucessivamente, a linha que os une se aproxima da tangente da curva, isto é, uma linha reta que toca a curva e indica a inclinação da curva nesse ponto. A inclinação da tangente da curva da concentração vs. tempo nesse momento é a velocidade naquele instante (Figura 1).

A inclinação da tangente, que varia durante a evolução da reação, é chamada de velocidade instantânea da reação no ponto de interesse. Deste ponto em diante, quando falarmos de uma velocidade de reação, estaremos nos referindo sempre à velocidade instantânea. As definições das Equações 1a e 1b podem ser facilmente adaptadas para se referirem à velocidade instantânea de uma reação. Para um reagente R\ce{R}, vR=d[R]dt(1c) v_{\ce{R}} = - \dfrac{ \mathrm{d} [\ce{R}] }{ \mathrm{d} t } \tag{1c} Para um produto P\ce{P}, escreva vP=d[P]dt(1d) v_{\ce{P}} = \dfrac{ \mathrm{d} [\ce{P}] }{ \mathrm{d} t } \tag{1d} Do mesmo modo, a velocidade instantânea de uma reação é definida como na Equação 2, v=1ad[A]dt=1bd[B]dt=1cd[D]dt=1dd[D]dt(2b) v = - \dfrac{1}{a} \dfrac{ \mathrm{d} [\ce{A}] }{ \mathrm{d} t } = - \dfrac{1}{b} \dfrac{ \mathrm{d} [\ce{B}] }{ \mathrm{d} t } = \dfrac{1}{c} \dfrac{ \mathrm{d} [\ce{D}] }{ \mathrm{d} t } = \dfrac{1}{d} \dfrac{ \mathrm{d} [\ce{D}] }{ \mathrm{d} t } \tag{2b} Como é difícil traçar a olho nu uma tangente com exatidão, é melhor analisar os gráficos de concentração versus tempo.

A velocidade instantânea de uma reação é a inclinação da tangente traçada no gráfico de concentração versus tempo no momento de interesse.

As leis de velocidade e a ordem de reação

As tendências das velocidades de reações são comumente identificadas pelo exame da velocidade inicial da reação, a velocidade instantânea no início da reação. A vantagem de usar a velocidade inicial é que a presença de produtos durante a reação pode afetar a velocidade; assim, a interpretação dos resultados pode ficar muito complicada. Para entender como as velocidades iniciais são medidas, suponha, por exemplo, que diferentes quantidades de pentóxido de dinitrogênio, NX2OX5\ce{N2O5}, sólido, são medidas em diferentes balões de mesmo volume, colocados em um banho de água, em 65 °C\pu{65 \degree C}, para vaporizar todo o sólido e, então, a espectrometria é usada para monitorar as concentrações de NX2OX5\ce{N2O5} em cada frasco à medida que se decompõe: 2NX2OX5(g)4NOX2(g)+OX2(g) \ce{ 2 N2O5(g) -> 4 NO2(g) + O2(g) } Cada frasco tem uma concentração inicial diferente de NX2OX5\ce{N2O5}. A velocidade inicial da reação em cada balão pode ser determinada colocando em gráfico a concentração em função do tempo para cada balão e traçando a tangente de cada curva em t=0t = 0 (Figura 1).

As curvas em azul mostram como a concentração de \ce{N2O5} varia com o tempo para cinco concentrações iniciais diferentes. A velocidade inicial do consumo de \ce{N2O5} pode ser obtida traçando-se a tangente (a linha preta) de cada curva no começo da reação.
Figura 2H.1.1

Valores maiores de velocidades iniciais de decomposição do vapor — tangentes mais inclinadas — são encontrados nos balões em que as concentrações iniciais de NX2OX5\ce{N2O5} são maiores. Esse padrão nos dados pode ser identificado colocando-se em gráfico as velocidades iniciais contra a concentração e examinando o tipo de curva encontrado.

Este gráfico foi obtido usando-se as cinco velocidades iniciais da Figura 1 em função da concentração inicial de \ce{N2O5}. A velocidade inicial é diretamente proporcional à concentração inicial. O valor da constante de velocidade k pode ser determinado calculando-se a inclinação da linha reta usando dois pontos.
Figura 2H.1.2

Nesse caso, a curva da velocidade inicial contra a concentração inicial de NX2OX5\ce{N2O5} é uma linha reta, o que indica que a velocidade inicial é proporcional à concentração inicial: v[NX2OX5]inicial v \propto [\ce{N2O5}]_\text{inicial} Se introduzirmos uma constante kk, podemos escrever essa proporcionalidade como uma igualdade: v=k[NX2OX5]inicial v = k [\ce{N2O5}]_\text{inicial} A constante kk é chamada de constante de velocidade da reação e é característica da reação (diferentes reações têm diferentes constantes de velocidade) e da temperatura na qual a reação ocorre. O valor experimental de kk nesta reação, isto é, a inclinação da reta da Figura 2, é k=0,5 min1k = \pu{0,5 min-1}.

A velocidade inicial é diretamente proporcional à concentração inicial. Se a velocidade da reação em um dos balões for monitorada à medida que a reação avança, veremos que, quando a concentração de NX2OX5\ce{N2O5} cai, a velocidade também cai. Mais especificamente, a velocidade em qualquer instante é proporcional à concentração do NX2OX5\ce{N2O5} que resta no balão naquele instante, com a mesma constante de proporcionalidade, kk. Segue-se que, em qualquer estágio da reação, v=k[NX2OX5] v = k [\ce{N2O5}] Essa equação é um exemplo de lei de velocidade, a expressão da velocidade instantânea de reação em termos da concentração de um reagente em qualquer momento. Cada reação tem suas próprias lei e constante de velocidade, kk. As leis de velocidade incluem as concentrações de produtos e de reagentes.

Outras reações têm leis de velocidade que podem depender da concentração dos reagen- tes de modo diferente. Medidas semelhantes para a reação 2NOX2(g)2NO(g)+OX2(g) \ce{ 2 NO2(g) -> 2 NO(g) + O2(g) } não dão uma reta quando a velocidade é lançada em um gráfico em função da concentração de NOX2\ce{NO2} (Figura 3a). No entanto, o gráfico da velocidade em função do quadrado da concentração de NOX2\ce{NO2} será uma linha reta (Figura 3b).

(a) Quando as velocidades iniciais de desaparecimento de \ce{NO2} são lançadas em gráfico contra sua concentração, não se obtém uma reta. (b) No entanto, obtém-se uma reta quando as velocidades são lançadas em gráfico contra o quadrado da concentração, o que indica que a velocidade é diretamente proporcional ao quadrado da concentração.
Figura 2H.1.3

Esse resultado mostra que a velocidade é proporcional ao quadrado da concentração e que, portanto, a velocidade em cada estágio da reação pode ser escrita como v=k[NO]2 v = k [\ce{NO}]^2 As leis de velocidade das reações de decomposição de NX2OX5\ce{N2O5} e NOX2\ce{NO2} são diferentes, mas ambas têm a forma velocidade=constante×[concentrac¸a˜o]a \text{velocidade} = \text{constante} \times [\text{concentração}]^a com a=1a = 1 para a reação do NX2OX5\ce{N2O5} e a=2a = 2 para a reação do NOX2\ce{NO2}. A decomposição do NX2OX5\ce{N2O5} é um exemplo de uma reação de primeira ordem, porque sua velocidade é proporcional à primeira potência da concentração (isto é, a=1a = 1). A decomposição do NOX2\ce{NO2} é um exemplo de uma reação de segunda ordem, porque sua velocidade é proporcional à segunda potência da concentração (isto é, a=2a = 2). Se dobrarmos a concentração de um reagente em uma reação de primeira ordem, a velocidade da reação dobra. Se dobrarmos a concentração de reagente em qualquer reação de segunda ordem, aumentamos a velocidade da reação por um fator de 22=42^2 = 4.

A maior parte das reações é de primeira ou de segunda ordem em cada reagente, mas algumas reações têm ordens diferentes. A amônia, por exemplo, decompõe-se em nitrogênio e hidrogênio em um fio de platina quente: 2NHX3(g)NX2(g)+3HX2(g) \ce{ 2 NH3(g) -> N2(g) + 3 H2(g) } Os experimentos mostram que a decomposição ocorre com velocidade constante até toda a amônia ter desaparecido (Figura 4).

(a) A concentração do reagente em uma reação de ordem zero cai em velocidade constante até que o reagente se esgote. (b) A velocidade de uma reação de ordem zero independe da concentração do reagente e permanece constante até que todo o reagente tenha sido consumido, quando então cai abruptamente até zero.
Figura 2H.1.4

A lei de velocidade é, portanto, v=k v = k Isto é, a velocidade não depende da concentração da amônia, desde que um pouco dela esteja presente. Essa decomposição é um exemplo de reação de ordem zero, uma reação em que a velocidade (enquanto houver reagente) não depende da concentração.

Atenção

A lei de velocidade de uma reação é determinada experimentalmente e não pode, em geral, ser obtida a partir da equação química da reação.

Por exemplo, a decomposição de NX2OX5\ce{N2O5} e a decomposição de NOX2\ce{NO2} têm o coeficiente estequiométrico igual a 22 para o reagente, mas uma é de primeira ordem e a outra, de segunda ordem.

Muitas reações têm leis de velocidade que dependem das concentrações de mais de um reagente. Um exemplo é a reação redox entre íons persulfato e iodeto: SX2OX8X2(aq)+3IX(aq)2SOX4X2(aq)+IX3X(aq) \ce{ S2O8^{2-}(aq) + 3 I^-(aq) -> 2 SO4^{2-}(aq) + I3^-(aq) } A lei de velocidade dessa reação é v=k[SX2OX8X2][IX] v = k [\ce{S2O8^{2-}}][\ce{I^-}] A reação é chamada de reação de primeira ordem com respeito a SX2OX8X2\ce{S2O8^{2-}} e de primeira ordem em IX\ce{I-}. Dobrando a concentração do íon SX2OX8X2\ce{S2O8^{2-}} ou a concentração do íon IX\ce{I-}, a velocidade da reação dobra. Dobrando ambas as concentrações, a velocidade de reação quadruplica. A ordem total dessa reação é a soma das duas ordens, ou 22. Em geral, se v=k[A]a[B]b v = k [\ce{A}]^a [\ce{B}]^b \ldots então a ordem total é a soma dos expoentes a+b+a + b + \ldots

As leis de velocidade das reações são expressões empíricas estabelecidas experimentalmente, e não devemos nos surpreender se elas não forem números positivos inteiros. Por exemplo, as ordens podem ser números negativos. Como [A]1=1/[A][\ce{A}]^{-1} = 1/[\ce{A}], uma ordem negativa significa que a concentração aparece no denominador da lei de velocidade. O aumento da concentração desta espécie, normalmente um produto, desacelera a reação, porque ela participa da reação inversa. Um exemplo é a decomposição do ozônio, OX3\ce{O3}, na estratosfera: 2OX3(g)3OX2(g) \ce{ 2 O3(g) -> 3 O2(g) } A lei de velocidade dessa reação, determinada experimentalmente, é v=k[OX3]2[OX2]=k[OX3]2[OX2]1 v = k \dfrac{[\ce{O3}]^2}{[\ce{O2}]} = k [\ce{O3}]^2 [\ce{O2}]^{-1}

Atenção

Note que uma lei de velocidade pode depender das concentrações dos produtos e dos reagentes.

Esta lei diz que a reação é mais lenta nas regiões da alta atmosfera em que as moléculas de OX2\ce{O2} são abundantes do que nas regiões em que elas são mais escassas. Algumas reações podem ter ordens fracionárias. Por exemplo, a oxidação do dióxido de enxofre a trióxido de enxofre na presença de platina, 2SOX2(g)+OX2(g)Pt2SOX3(g) \ce{ 2 SO2(g) + O2(g) ->[\ce{Pt}] 2 SO3(g) } tem a seguinte lei de velocidade v=k [SOX2][SOX3]1/2=k[SOX2][SOX3]1/2 v = \ce{ k \dfrac{[\ce{SO2}]}{[\ce{SO3}]^{1/2}} } = k [\ce{SO2}] [\ce{SO3}]^{-1/2} e uma ordem total igual a 11/2=1/21 - 1/2 = 1/2. A presença de [SOX3][\ce{SO3}] no denominador significa que a reação sofre desaceleração quando a concentração de produto aumenta. Mais uma vez, a lei de velocidade dá uma pista sobre como a reação ocorre. Todas as reações consideradas neste tópico são homogêneas e, para reações de ordem zero, a velocidade depende da concentração de um ou mais reagentes. Para aumentar a velocidade, a concentração de um reagente pode ser aumentada. Do mesmo modo, a velocidade de uma reação heterogênea pode aumentar se a área superficial de um reagente também aumentar.

Exemplo 2H.1.2
Determinação das ordens de reação pelo método das velocidades iniciais

Foram conduzidos quatro experimentos para descobrir como a velocidade inicial de consumo de íons BrOX3X\ce{BrO3^-} na reação BrOX3X(aq)+5BrX(aq)+6HX3OX+(aq)3BrX2(aq)+9HX2O(l) \ce{ BrO3^-(aq) + 5 Br^-(aq) + 6 H3O^+(aq) -> 3 Br2(aq) + 9 H2O(l) } varia quando as concentrações dos reagentes variam.

Expt. [BrOX3X]/molL[\ce{BrO3^-}]/\pu{mol//L} [BrX]/molL[\ce{Br^-}]/\pu{mol//L} [HX3OX+]/molL[\ce{H3O^+}]/\pu{mol//L} v/mmolsv/\pu{mmol//s}
10,10\pu{0,10}0,10\pu{0,10}0,10\pu{0,10}1,2\pu{1,2}
20,20\pu{0,20}0,10\pu{0,10}0,10\pu{0,10}2,4\pu{2,4}
30,10\pu{0,10}0,30\pu{0,30}0,10\pu{0,10}3,6\pu{3,6}
40,20\pu{0,20}0,10\pu{0,10}0,15\pu{0,15}5,4\pu{5,4}
  1. Determine a lei de velocidade da reação.
  2. Calcule a ordem global da reação.
  3. Calcule a contante cinética.
Etapa 2. Escreva a lei de velocidade.

v=k[BrOX3X]a[BrX]b[HX3OX+]c v = k [\ce{BrO3^-}]^a[\ce{Br^-}]^b[\ce{H3O^+}]^c

Etapa 3. Ordem em BrOX3X\ce{BrO3^-}. Compare os experimentos 1 e 2.

v2v1=(0,200,10)a=2,41,2 \dfrac{v_2}{v_1} = \left( \dfrac{ \pu{0,20} }{ \pu{0,10} } \right)^a = \dfrac{ \pu{2,4} }{ \pu{1,2} } Logo, a=1a = 1 e a reação é de primeira ordem em BrOX3X\ce{BrO3^-}.

Etapa 4. Ordem em BrX\ce{Br^-}. Compare os experimentos 1 e 3.

v3v1=(0,300,10)b=3,61,2 \dfrac{v_3}{v_1} = \left( \dfrac{ \pu{0,30} }{ \pu{0,10} } \right)^b = \dfrac{ \pu{3,6} }{ \pu{1,2} } Logo, b=1b = 1 e a reação é de primeira ordem em BrX\ce{Br^-}.

Etapa 5. Ordem em HX3OX+\ce{H3O^+}. Compare os experimentos 2 e 4.

v4v2=(0,150,10)c=5,52,4 \dfrac{v_4}{v_2} = \left( \dfrac{ \pu{0,15} }{ \pu{0,10} } \right)^c = \dfrac{ \pu{5,5} }{ \pu{2,4} } Logo, c=2c = 2 e a reação é de segunda ordem em HX3OX+\ce{H3O^+}. A lei de velocidade é v=k[BrOX3X][BrX][HX3OX+]2(a) \fancyboxed{ v = k [\ce{BrO3^-}][\ce{Br^-}][\ce{H3O^+}]^2 } \tag{a} A ordem total é 1+1+2=41 + 1 + 2 = 4 (b).

Etapa 6. Calcule a constante de velocidade.

De k=v/([BrOX3X][BrX][HX3OX+]2)k = v/([\ce{BrO3^-}][\ce{Br^-}][\ce{H3O^+}]^2), para o experimento 4: k=5,4103 Ms1(0,20 M)×(0,10 M)×(0,15 M)2=18 M3s1(c) k = \dfrac{ \pu{5,4e-3 M.s-1} }{ (\pu{0,20 M}) \times (\pu{0,10 M}) \times (\pu{0,15 M})^2 } = \fancyboxed{ \pu{18 M-3.s-1} } \tag{c}

As constantes de velocidade

As unidades da constante de velocidade dependem da ordem total da reação e garantem que k×(concentrac¸a˜o)ak \times (\text{concentração})^a tenha as mesmas unidades da velocidade, concentrac¸a˜o/tempo\text{concentração}/\text{tempo}. Assim, quando a concentração está expressa em mols por litro e a velocidade, em Ms1\pu{M.s-1}, as unidades de kk são:

Ordem total 0 1 2
Unidades de kkMs1\pu{M.s-1}s1\pu{s-1}M1s1\pu{M-1.s-1}

Para um gás ideal, PV=nRTPV = nRT indica que n/V=P/RTn/V = P/RT, de modo que n/Vn/V, seja proporcional à pressão. Como n/Vn/V é concentração (em M\pu{M}), a concentração é proporcional à pressão e, portanto, esta pode ser usada como medida da concentração. Se as concentrações dos reagentes são expressas como pressões parciais em atmosferas e a velocidade em atms1\pu{atm.s-1}, as unidades de kk são:

Ordem total 0 1 2
Unidades de kkatms1\pu{atm.s-1}s1\pu{s-1}atm1s1\pu{atm-1.s-1}