Saber como uma reação ocorre em nível molecular responde a muitas questões importantes. Por exemplo, quais são os eventos moleculares que ocorrem na conversão de ozônio em oxigênio ou transformam a mistura de combustível e ar em dióxido de carbono e água quando ela sofre ignição em um motor? Nesta seção, vamos analisar como reações complexas são descritas em termos de eventos elementares.
Os mecanismos de reação
Exceto pelas reações mais simples, as reações são, de modo geral, o resultado de várias etapas denominadas reações elementares. Cada reação elementar descreve um evento distinto no avanço de uma reação, com frequência a colisão entre partículas. Para entenderem como uma reação se desenvolve, os químicos propõem um mecanismo de reação, isto é, uma sequência de reações elementares que descreve as modificações que eles acreditam que estejam ocorrendo à medida que os reagentes se transformam em produtos.
Por exemplo, a decomposição do ozônio sob ação de radiação solar acontece conforme a equação química total: 2OX3(g)3OX2(g) Acredita-se que a reação ocorre via um mecanismo envolvendo duas etapas elementares: OX3OX3+OluzOX2+OOX2+OX2
O átomo de O é um intermediário de reação, uma espécie que desempenha uma função na reação, mas que não aparece na equação química da reação total. Ela é produzida em uma etapa e consumida em uma etapa posterior. As duas equações das reações elementares são adicionadas para dar a reação total da reação. Isso é válido para qualquer mecanismo proposto: a soma das reações elementares precisa ser igual à equação química da reação total.
Nota de boa prática
As equações químicas das reações elementares são escritas sem os símbolos de estado. Elas são diferentes da equação química total porque elas mostram como átomos e moléculas isolados tomam parte na reação.
Coeficientes estequiométricos não são usados para reações elementares. Em vez disso, para enfatizar que um processo específico envolvendo moléculas isoladas está sendo descrito, a fórmula de uma espécie aparece o número necessário de vezes, como OX2+OX2, não 2OX2.
A molecularidade
Reações elementares são classificadas pela molecularidade, o número de moléculas de reagentes, átomos ou íons que tomam parte em uma determinada reação.
A equação da primeira etapa proposta no mecanismo em duas etapas da decomposição do ozônio é um exemplo de reação unimolecular. Apenas uma molécula de reagente está envolvida. Neste caso, uma molécula de ozônio adquire energia da luz do sol e vibra tão intensamente que se quebra. OX3luzOX2+O A molecularidade de uma reação unimolecular é 1.
Na segunda etapa do mecanismo, o átomo de O produzido pela dissociação de OX3 ataca outra molécula de OX3 Essa reação elementar é um exemplo de reação bimolecular: OX3+OOX2+OX2 A molecularidade de uma reação bimolecular é 2.
A reação elementar hipotética de formação do ozônio a partir do OX2 é um exemplo de reação trimolecular: OX2+OX2+OX2OX3+OX3 Essa etapa requer a colisão simultânea de três moléculas. As reações trimoleculares são muito pouco comuns, porque é muito pouco provável que ocorra a colisão simultânea de três moléculas em condições normais.
Muitas reações ocorrem a partir de uma série de reações elementares. A molecularidade indica quantas partículas de reagentes estão envolvidas em uma reação elementar.
As leis de velocidade das reações elementares
Como uma reação elementar mostra como aquela etapa da reação ocorre, podemos escrever sua lei de velocidade a partir de sua equação química, com cada potência da concentração na equação da velocidade sendo igual ao número de partículas de um dado tipo que participam da etapa.
Por exemplo, para a reação elementar bimolecular: NO(g)+OX3(g)NOX2(g)+OX2(g) Uma molécula de NO colide com uma molécula de OX3. Como o número de colisões é proporcional à concentração de cada reagente, e a velocidade da reação é: v=kr[NO][OX3] A reação é de primeira ordem em relação a cada reagente e de segunda ordem total.
Para a reação elementar unimolecular: NX2OX4(g)NOX2(g)+NOX2(g) O reagente simplesmente se quebra em pedaços e velocidade é proporcional ao número de moléculas do reagente: v=kr[NX2OX4] A reação é de primeira ordem.
Atenção
Se a reação não é elementar, não é possível escrever sua lei de velocidade conhecendo apenas a equação química total.
Se a lei de velocidade determinada experimentalmente for complexa, ou não corresponder à estequiometria geral, então esta é uma forte indicação de que a reação não é elementar. Por outro lado, mesmo que a lei de velocidade determinada experimentalmente seja simples, não significa necessariamente que a reação ocorra de maneira simples. Por exemplo, a reação: 2NX2OX5(g)4NOX2(g)+OX2(g) tem a lei de velocidade simples v=kr[NX2OX5]. No entanto, essa reação envolve várias etapas e vários intermediários.
Exemplo 2I.1.1
Determinação da lei de velocidade para uma reação elementar
Apresente a lei de velocidade das reações elementares:
(CHX3)X3CBr(CHX3)X3CX++BrX−
CHX3Cl+OHX−CHX3OH+ClX−
2CX5HX6CX10HX12
Etapa 2.
Escreva a lei de velocidade com a ordem igual ao número de partículas que participam da reação.
v=kr[(CHX3)X3CBr]
v=kr[CHX3Cl][OHX−]
v=kr[CX5HX6]2
Ponto para pensar
Qual você espera que seja a lei de velocidade para o processo de conversão do milho em pipoca?
Para uma reação elementar, a ordem é igual à molecularidade, o número de partículas de reagentes que participam da reação.